Patricia Bahr

Mais do que o Paraná Clube, o Atlético tem pela frente um duelo contra a Federação Paranaense de Futebol e seus parceiros na semifinal do Campeonato Estadual. Essa é a visão dos dirigentes atleticanos, nas vésperas do encontro da semifinal do Paranaense, quando o Furacão enfrenta o Paraná.

A disputa “Atlético x Federação” está ganhando capítulos virtuais, com notas publicadas nos sites oficiais do clube e da entidade sobre o assunto. Oficialmente, o Atlético divulgou na quinta-feira que está rompendo relações com a Federação Paranaense e denunciou um possível complô motivado por interesses financeiros, em especial dos patrocinadores do campeonato, para que o Furacão não chegue à final da competição. O receio atleticano é de que, como o clube não aceitou a verba oferecida pela RPC para a transmissão de seus jogos no Estadual, poderia ser prejudicado pela arbitragem na semifinal – já que uma possível final com o Atlético em campo significa não transmissão pela TV. Por causa disso, os dirigentes Rubro-negros defenderam a escalação de árbitros vinculados a outros estados para apitar os jogos das semifinais – proposta que foi recusada no arbitral pela FPF e pelos demais clubes semifinalistas (Coritiba, Paraná e Paranavaí).

Nesta sexta-feira, a Federação Paranaense divulgou nota em que contesta a opinião dos dirigentes atleticanos. Na carta, a entidade lembra de exemplos de dez anos para afirmar uma suposta “parceria” com o clube, relembrando o caso Ivens Mendes, em 1997. Sobre a atuação de árbitros do estado para comandar as partidas decisivas do Paranaense, a federação se justifica afirmando que “a Comissão de Arbitragem presidida pelo senhor Afonso Victor de Oliveira e todos os árbitros do Paraná merecem a nossa confiança e da esmagadora maioria dos filiados da FPF. Não queremos a discórdia, mas não podemos admitir que suposições descabidas e que têm o intuito de gerar a intranqüilidade, deixem sob suspeita aqueles que têm feito o máximo para trabalhar com isenção pelo futebol do Paraná.”

Na noite desta sexta-feira, o Atlético contra-atacou, considerando descomprometimento por parte da Federação a rejeição de árbitros de fora para apitar os jogos. “A FPF mostrou todo o desprezo e desrespeito ao torcedor atleticano e desconsidera o pedido de um filiado seu. Além disso, não se preocupa com a imagem dos árbitros paranaenses, que serão execrados pela opinião pública, uma vez que está claro o interesse da entidade em prejudicar o Atlético Paranaense”, disse o clube em carta.

Além disso, o Atlético afirma que considera o Campeonato Paranaense com “falta de qualidade técnica, amadorismo na administração e organização”. A nota oficial no site do Atlético reafirma a opinião do clube em que a Federação tem interesse em ver o Furacão fora da final: “Agora, a FPF não mais administra a competição porque tornou-se parte dela como competidora. Quer ver seus clubes preferidos na final do campeonato para faturar publicidade comercial na TV e Internet. Precisa excluir o Atlético Paranaense de qualquer jeito do caminho do título, pois ao contrário, o seu projeto fracassará.”

Por fim, o Atlético justifica a sua posição em solicitar árbitros de fora para as partidas decisivas, para que eles não manchem seus currículos apitando de acordo com interesses da federação: “A FPF é totalmente contrária ao sucesso do Atlético Paranaense no campeonato, pois com o sucesso do clube, há o insucesso da Federação e seus parceiros. Portanto, o mínimo que podia se esperar da FPF era a escalação de árbitros de fora, que não estivessem sofrendo a pressão dos interesses espúrios da Federação e seus parceiros. Sem escrúpulos, a FPF envolve os seus árbitros para participar desse conluio, expondo-os desnecessariamente à execração pública. Mas, nada disso surpreende, talvez surpreendesse o contrário, se a FPF tivesse bom senso e fizesse aquilo que é certo”.

Acompanhe as notas divulgadas pelo Atlético e pela Federação Paranaense sobre o caso:

– CAP comenta convocação de arbitral da FPF
– FPF refuta nota publicada no site do Atlético Paranaense
– Olho vivo: FPF não quer árbitros de fora